Eu não tenho nada contra a goiaba

Na foto, uma gabiroba, frutífera nativa e muito saborosa.
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Eu não tenho nada contra a goiaba. Mas não é estranho tantas memórias afetivas com um fruto de uma planta exótica? Na verdade, isto não é tão estranho…
Quando um país é colonizado, muito mais que terras e recursos ficam sob domínio do colonizador.
A cultura, os hábitos de consumo e até mesmo os desejos individuais vão sendo moldados.
O processo é longo e aos poucos a nova cultura vai fazendo parte da nossa identidade e, aí, é claro, lutamos por ela.
Muitas plantas exóticas foram introduzidas no nosso país desde a colonização e ainda estão sendo, até hoje.
No uso paisagístico, por exemplo, a maioria das palmeiras são de outros continentes. Muitas são lindas e acabam caindo no gosto do consumidor brasileiro, sendo novidades no mercado.
No entanto, inserir uma planta exótica em um ecossistema, mesmo em jardins urbanos, exige alguns cuidados.
O paisagismo, infelizmente, tem sido uma das principais fontes de plantas invasoras, causando inúmeros problemas para a vegetação nativa.
E não se engane, invasoras podem ser lindas e … gostosas.
E aqui voltamos à goiaba.
Além de exótica, é uma planta invasora no nosso país já que suprime a vegetação nativa nos seus estágios iniciais de sucessão ecológica.
O problema é que de tão presente na nossa vida, ela acabou invadindo nossas memórias afetivas também.
E agora? 

Um brinde às gabirobas!

A nossa responsabilidade acaba sendo grande quando optamos por ter uma planta no nosso jardim.
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Para quem quiser saber mais a respeito, o Instituto Hórus, tem um banco de dados para pesquisa. Trabalho sério e que pode ajudar a não cometermos erros por falta de informação.
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A introdução de plantas é parte do nosso processo histórico-cultural.
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E, a verdade, é que no paisagismo não incorporamos apenas as plantas. O nosso jeito de fazer jardins também é muito influenciado.
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Mas este é assunto para outro post…

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